Então, eu podia estar fazendo um bocado de coisas e eu DEVIA estar lendo uma pilha de artigos que eu trouxe para fundamentar um projeto, mas.... em funções das condições climáticas lá fora, eu estou aqui, na cama, enfiado no meio de um edredom, tentando trazer comida da cozinha com a força do pensamento e fuçando na Internet atrás de bobeira.
Como vocês podem ver eu sobrevivi ao Dia dos Namorados, blèp! :P
Mas é impossível não pensar sobre ele, devido ao bombardeio a que nós mero mortais somos submetidos diante de tal data... talvez por isso eu tenha me lembrado de um "causo".
Uma vez, eu contei aqui no blogue sobre o primeiro presente de dia dos namorados que eu ganhei (infelizmente, ele também continua sendo o único, mas isso é outra história). Eu estava querendo virar um mocinho, acho que eu tinha uns 12 anos... e estava morando no Interior de São Paulo. Saído de um apartamento em São Paulo, foi um termo de descobertas para mim, finalmente eu podia andar de bicicleta pela rua, jogar bola, tinha um cachorro!!! Esse mundo de aventuras me custaria uma clavícula quebrada e alguns tombos de bicicleta - eu tenho uma cicatriz na coxa, por conta de um desses tempos, em que eu literalmente fiquei "ralado" por quase um mês.
Ela era minha colega na escola... mas eu só fui notá-la nas aulas de catecismo! Pois é, fui desses! E foi assim, que todas as minhas táticas para escapar da missa no domingo de manhã, foram por terra abaixo... No fim, eu acabaria virando coroinha por conta dela, pois ela ajudava na igreja. Bem magrinha, mais ou menos da minha altura na época, ela tinha olhos grandes e o seu grande terror eram os cabelos, que eram mais crespos.
Ah! detalhe importante, a mãe dela era a carola mais carola da cidade e o pai, bem... o pai tinha sido Padre naquela paróquia - tendo abandonado a batina, ele se casou e desde então, trabalhava naquela igreja. Ela teve duas filhas, a mais velha tocava órgão nas missas e nos casamentos, me lembro de um dia, enquanto conversávamos em um sábado a noite "na praça", ela muito nervosa e constrangida, me contaria que tinha sido adotada... (Bom, se hoje, saber que a pessoa por quem estou interessado foi adotada não faria a menor importância para mim, naquela época então.)
E assim, minha primeira namorada foi, "A filha do Padre!".
(Acho que isso explica muito coisa... rs).
Nunca houve um pedido formal, e devo reconhecer que eu sempre fui muito lerdo para essas coisas - até hoje, mas naquele dia de junho, em um distante oitenta e qualquer coisa, eu vinha descendo a rua e quando virei na esquina a encontrei. Nervosa, ela me entregaria um embrulho, ali mesmo, e logo partiria embora... Era um presente que eu não consiga entender muito bem porque estava ganhando... Foi tudo muito estranho para mim... mas, okay! Obrigado!!! (Que burro que eu era/sou/sei lá...)
Não muito tempo depois, eu mudaria daquela cidade... e lá ficaria ela.
O presente em questão... e que foi objeto de muita risada pelo Fred, do TPM de Macho uma vez, era um talco da linha "infantil", "juvenil", sei lá... da Avon. Era um talco jogador de futebol que a tampa era um apito! Eu não sei que fim levou o meu bendito presente, em alguma mudança eu devo tê-lo perdido... e quando mais velho, quando finalmente comecei a entender todo o significado daquilo, não mais achei para comprar. Nem na internet eu achava foto, até que hoje, fuçando... eis que eu encontro uma imagem de um catálogo da Avon de mil novecentos e bola... e quem estava lá, todo pimpão?!
Caraca, do jeitinho que eu me lembrava dele... fui obrigado a rir sozinho!
Só para constar... alguns poucos anos atrás, olhando as fotos do casamento de uma grande amiga da minha mãe, quem aparece em uma das fotos?! Exato! Os mesmos olhos grandes e escuros estavam lá, praticamente o mesmo rosto, ela se tornou uma bela mulher!!! E pelo o que pude ver, finalmente tem o cabelo que sempre desejou, junto dela uma garotinha.
Ela já era mãe! As fotos seguintes me "apresentariam" seu esposo e a filha, que se parece muito com ela quando era pequena... Olhando as fotos era nítido que formavam uma bela família, confesso que foi estranho revê-la, como assim casou?! [kkkk] Passado o susto, de coração eu espero que ela seja muito feliz.
Acho que nessa altura dos acontecimentos já é meio tarde para agradecer pelo presente e dizer que ela seria muito importante na história da minha vida, e que mal sabia ela que muitos anos depois eu ainda estaria falando do presente que ela me deu aquela tarde!
(E que eu, muito topeira, nem sabia a razão direito).
Quem sabe no ano que vem, né?! kkk