Ao vencedor...

"Aquela fora a segunda vez que se pegava contemplando aquela tela em branco, enquanto o cursor ansiosamente esperava pelas palavras que nunca vinham, foi difícil não se lembrar que outrora elas haviam sido abundantes entre eles, cuidadosamente escolhidas e alinhadas, como quem cifra uma mensagem que somente olhos atentos poderiam posteriormente entender. Essa fora a característica que os aproximou, o doce jogo de sedução das palavras não ditas, em que ambos habilmente sempre praticaram tão bem.

Teriam as palavras entre eles chegado a um final?! Ainda que fosse prematuro prematuro dizer algo, era sabido e esperado que esse momento um dia chegaria, até tardou, muitos diriam. A maior ironia foi ter sido junto com a chegada do inverno, já que tantas vezes foram as palavras que o aqueceu em muitos dias frios. 

Apesar do temor que intimamente sempre sentiu desse dia, hoje, calmamente se permitia  contemplar o branco daquela tela, com quem tentasse decifrar um enigma que só ele era capaz de visualizar..."

-- x --

Esse texto tava no "limbo", e em um desses dias frios, a impossibilidade de colocar o nariz para fora de casa me permitiu reencontrá-lo, e vamos deixá-lo ir... ;-)

Enquanto isso, no meio tempo, eu tive a oportunidade de por em prática um dos meus ditos favoritos: "Um dia a gente ganha, no outro a gente deixa o outro achar que ganhou!". Acho interessante esses jogos sociais, como eu costumo chamar, mais que isso, [para mim] é muito estranho ver como as pessoas brigam por migalhas.

Engraçado, é que de longe é que podemos perceber que quanto mais se aperta a mão na tentativa de se agarrar em algo, mais ele nos escapa por entre os dedos. De qualquer forma, fico feliz por ter conseguido, aparentemente, ter revertido uma situação que não era exatamente desfavorável, mas era desgastante para mim.

E no mais, é curtir meu dia de "velho" e ir tomar um sol na pracinha, depois de longos dias de frio, chuva e neblina. Ah! Como eu sinto falta do sol!!!

Inté!


A consciência de uma planta no meio do inverno 
não está voltada para o verão que passou, mas para a primavera que irá chegar.
A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos dias que virão.
Se as plantas estão certas de que a primavera virá, por que nós - os humanos
não acreditamos que um dia seremos capazes de
atingir tudo o que queríamos?
(KALIL GIBRAN)

Deixando a poeira baixar...

O tempo é algo interessante, a semana retrasada eu estive fora "da Firma", por conta de um projeto que eu faço em parceria e, assim, passei uma semana na Capitar. Lógico que foi muito bacana, pude fazer uma série de coisas que a tempos não fazia e também deixei de fazer outras que gostaria de ter feito, faz parte.

O trabalho correu como o esperado e foi muito proveitoso, mas, pessoalmente falando foi um tempo muito bom, ao voltar para o "mundo mágico" onde eu vivo, foi como se eu tivesse ficado fora por muito tempo! É bem verdade que os cabeçudos continuavam lá, e continuavam os mesmos, mas é como se eu tivesse mudado... e quem sabe mudei! ;-)

Acho que estamos chegando a uma época de acomodação, de deixar a poeira baixar... espero que sim, por mais que eu queria mandar todo mundo para um lugar lindo e encantado, nunca foi minha intenção prejudicá-los e se dependesse de mim, a convivência era bem mais legal... mas enfim... 

E, de repente, lá está você de madrugada a dentro, só você e o silêncio da noite, quebrado apenas pelo barulho da chuva que cai mansa... e você se deixa levar pelos pensamentos, que vão e voltam, pode mesmo que isso possa até soar como algo meio "deprê", você sabe, que de um jeito só seu, está simplesmente aproveitando aquele momento.

E por falar em simples, me lembrei de uma música, quase uma poesia que eu ouvi uma vez durante um show do Almir Sater, a música é do Renato Teixeira, mas eu gosto da interpretação da Gisele Sater. A primeira vez que eu ouvi essa música foi no show, e ainda que não saiba explicar o por que, ela me tocou profundamente naquele dia...

"... 
Da alma depende a calma
E a calma é irmã do simples
E o simples resolve tudo
Mas tudo na vida às vezes
Consiste em não e ter nada."

E, na ausência de maiores novidades, vou deixar o vídeo da música para quem tiver curiosidade de conhecê-la, essa não é a interpretação mais bonita, mas foi a melhor gravação que eu achei no momento.



Inté.

Three of us

Durante o feriado e acabei assistindo ao filme independente Eu te amo Renato [http://vimeo.com/63818812], além de um projeto interessante, um longa metragem pensado para a Internet, tem uma história bacana com cenas muito bem feitas, confesso que me surpreendi com o filme, que mostra o envolvimento de três jovens, nos anos 90, em uma cidade do interior do Rio de Janeiro (Valença) e cujo o final é marcado pela notícia da morte do Renato Russo.

Como todo bom triângulo amoroso que se preze, o final não é exatamente aquele que a gente gostaria, dia desses vi alguém comentado que triângulos são uma delícia enquanto estão rolando, mas assim como uma vaca na árvore, a gente pode não saber direito como aconteceu, mas a única certeza é a de que vai cair. Fora isso, eu adorei a forma como as coisas se desenrolam... e enquanto esperava o sono chegar, me peguei pensando porque as coisas, em geral, nunca terminam bem.

Lembro que na escola nós eramos 3, eu e mais duas meninas, sempre juntos! Não era exatamente um triângulo, estava mais para uma esfera [kkk], onde todos corríamos  em volta, eu corria pela Menininha A, seria possível que a Menininha B corresse atrás de mim?! Há quem diga que sim...  Por mais que eu critique a falta de criatividade e ousadia das pessoas ao decidirem os finais dos triângulos no cinema, devo reconhecer que a própria vida não é lá muito criativa. Todos nós temos amigos que viveram situações assim, e no meu "suposto caso", a vida se encarregou de nos separar... mudanças de cidade e de colégio, se encarregaram de nos separar.

De qualquer forma, eu gostei do filme e "fica a dica", no endereço abaixo é possível assistir e baixar livremente o filme: 


E começa a semana e o mês, cheio de aniversariantes importantes!!!
Abração a todos!


Faithfully

"... a verdade é que durante muito tempo, ele escrevia por medo de ser esquecido... aquelas mensagens, com as palavras cuidadosamente escolhidas, eram como o último fio em que ele se agarrava na esperança de não ser dragado pelo mar do esquecimento. Mas, no fundo, sempre soube que tudo aquilo parecia inútil... e assim, quando chegou o tempo, em um gesto final, simplesmente abriu os dedos e se viu distanciar de tudo aquilo que ele acreditava amar...

Na imensidão do azul, conforme o tempo foi passando, teve a chance de perceber várias coisas, dentre elas, talvez a mais perturbadora, foi que mesmo após tanto tempo, ainda podia senti-lo sob seus dedos... e assim entendeu, que nada adiantara se debater, ou tentar se agarrar, tudo sempre esteve consigo, ainda que não o visse nunca mais, poderia senti-lo... poderia amá-lo, como aquele amor libertário que ele tanto havia lido nos livros, e essa ainda era a sensação mais forte, e intrigante, para ele...

Se ele estivesse contando o tempo, teria consciência de vários meses se passaram, mas de fato... isso não era importante, afinal... a quem importava o tempo?! Talvez, um dia, ainda possam se esbarrar nas curvas e desvios da vida, talvez não, mas por agora, valia a certeza de que guardou o que de melhor construiu da história deles, se nem tudo é da forma que gostaria, aceitou o fato de as coisas são da forma que sentimos, e assim, se sentia conectado aquela história... não preso, mas ligado, a aqueles momentos que o definiram para o resto de seus dias.

Lançou uma última carta, dentro de uma garrafa, talvez ela retorne com notícias, talvez não, a verdade é que nestes dias pouco importava a resposta, pois trás dentro de si, quase todas as sensações do mundo..."

E é tempo de festa! Pessoas importantes, e queridas, celebram seus aniversários por esses tempos, e isso é muito bom! O último final de semana reservou um período daqueles de muita festa e felicidade, foi tão bom, que nem as caras de "furão", dos meus colegas de trabalho, foram capazes de arranhar o sorriso em minha face.

Dentre as várias surpresas preparadas para o aniversário de uma pessoa querida, o ponto alto ficou por conta de um casal contratado para fazer uma apresentação de dança árabe, aniversariante e convidados foram surpreendidos pelo apagar as luzes e o som da música invadindo o ambiente. Não teve quem não ficou impressionado com a beleza da dança, da música e dos dançarinos... cof cof cof

E por fim, eu tenho andado meio sumido né?! Em partes, isso é culpa de algumas questões [boas] do trabalho, a possibilidade de um projeto me levou de volta "a prancheta"... e, naquela linha: uma ideia na cabeça e uma folha de papel na mão, fiquei muito feliz quando eu vi as coisas tomarem forma. Agora vamos esperar as avaliações, mas a verdade é que me deu um grande bem estar vê-lo pronto! 

E assim vão se passando os dias na estrada de tijolos amarelos... ;-)

Abração a todos...

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma
outra razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além de que te amo,
se o que quero dizer-te é que te amo?"
(FERNANDO PESSOA)