Férias é época de colocar a
leitura em dia e, dentre os livros selecionados para este ano, teve um que foi
uma espécie de blind date. Eu estava em um aeroporto, prestes a embarcar e lá
estava ele, flertando comigo a partir de uma prateleira, One Day de David
Nicholls – clichê, eu sei, mas fazer o que... eu havia lido algumas criticas e
confesso que estava intrigado pelo “tema”.
E, assim, fui lendo o livro que
está longe de ser meu livro favorito, mas confesso que ao final estava mexido.
Há sempre aquele tipo de filme ou livro, que me faz remexer na cadeira quando
termina e, foi assim que me vi encurralado por ele.
Um dia...
Tive medo de ser aquela pessoa
que durante toda a sua existência está fadado a ter apenas “um dia” para se
aquecer nos dias frios... É complicado quando a gente tenta achar diferenças
entre a sua história e a que está lendo – afinal, é ficção, mas no final, você
percebe que o caminho percorrido não é importante e sim o ponto de chegada, e neste caso o seu e o do personagem do livro poderia ser exatamente o mesmo.
Na volta para casa, me apressei em
ver o filme, quem sabe, com um pouco de sorte eu havia entendido errado alguma passagem e, por mais eu critique o filme por não faz justiça à riqueza
do livro, para minha angústia a constatação foi a mesma. Um dia!
Não sei se o que me assusta é ser
confrontado por uma situação, que uma vez exposta parece tomar
forma e tornar-se real, um sonho premonitório?! Rota de
colisão com o futuro? Ah, a vida e seus mistérios...
Não sei, foi impossível não me lembrar das brincadeiras
dos meus amigos, dizendo que eu, e a minha Emma, seriamos como aqueles casais
de idosos, que se conhecem na adolescência, passam
a vida inteira separados e apenas na terceira idade é que vão viver aquele
amor... A verdade é que eu tenho minha Emma, nos conhecemos ainda na escola e desde então "estamos juntos"... Mesmo que cada um tenha seguido seu caminho, superamos os desencontros da vida e nos encarregamos de fazer com que nossos caminhos se cruzassem ao longo desses anos...
Minha família a adora, as sobrinhas dela me chama de tio e não tenho dúvidas que ela poderia ter sido a mãe dos filhos que eu pensei um dia ter... Mas ainda hoje, no final das festas, em que sempre vamos juntos, somos Eu e Ela... e tudo ainda se parece como era nos tempos de escola...
--- x ---
Eu tinha ensaiado fazer a estreia de 2012 com algum post legal, animado, cheio de novidades, mas sabe como é... No final, entre uma ideia e outra quem ganhou foi um pensamento solto de uma quarta-feira chuvosa.
E 2012 chegou bem, estou feliz... estou aprendendo algumas coisas e tenho umas perspectivas interessantes para esses meses iniciais, dentre elas, uma viagem nos próximos dias para não perder o costume...
No mais... que venha o Ano Novo, com vida nova... ;-)
"Há um véu de silêncio entre nós.
Coisas não ditas que se pressentem.
Não é um silêncio magoado ou ferido.
Apenas um receio de cruzar linhas por onde já fizemos equilibrismo.
Ambos sabemos que não vamos atravessá-las.
Mas os dois acarinhamos esse futuro que não tivemos,
como memória intocável e pura".