A primeira ceroula...

A gente nunca esquece, principalmente do que nos motivou a ir procurá-las!!! kkk

Pois é, um efeito "colateral" da minha mudança é a necessidade de adaptar meu guarda-roupa a minha nova realidade climática. Desde então, vitima das famosas frentes frias vindas das bandas do Fred, neblina, chuva, frio, neblina-chuva-frio tudo junto, se tornaram uma constante na minha vida... assim como as temperaturas de um dígito também!

E assim, depois de passar uma semana com as pernas congelando, durante um inocente passeio em uma loja, eu encontro as famosas "ceroulas"... devidamente embaladas com a indicação "para mocinhos" e com uma estratégica abertura frontal, "coisa digna" diria uma querida amiga... e sem pestanejar, comprei...  Frio nas pernas, nunca mais!!!

Enfim... era isso ou a fuseau de lã que minha irmã aposentou alguns invernos para trás, em tempos de Rio+20, eu não pude deixar de pensar: "Cade a porra do aquecimento global quando a gente precisa dele?!".

Agora, devidamente aquecido e confortável... é só rezar para não ser atropelado ou ter um mal súbito pela rua, porque se não... na hora que tirarem a roupa no hospital... kkk (Também espero encontrar o "Príncipe Encantado" em um dia de sol, do contrário... tá puxado!)

Enquanto isso, no meio tempo, começando a colocar uns planos profissionais em dia... passada a novidade, a adaptação entra em uma nova fase e, assim vou tentando colocar a vida em dia e achar um espaço. 

Pessoalmente, tive a chance de reavaliar algumas histórias, fiquei feliz com a sensação de que finalmente algumas coisas começam a ser superadas. A vida segue seu curso e que, com paciência, começo a caminhar sem olhar [tanto] para trás... ainda não me acostumei com a ideia de que às vezes, mesmo oferecendo o nosso melhor, não será o suficiente para conquistarmos algo que desejamos - ou alguém! ;-)

Mas já aceitei... que, muitas vezes, isso é realmente o melhor que poderia nos acontecer!

E, na saideira, vale dizer que não! Não estou apaixonado [ainda]... Até gostaria de dizer o contrário, mas a Primavera que comentava no post passado, diz respeito a uma sensação que tem me acompanhado nesses últimos dias... É uma sensação "esquisotérica", que não saberia definir, mas que traz consigo uma esperança e um bem estar que me tem feito bem...

Hasta luego!

"Quero ser o teu amor amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida.
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças.
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."
(FERNANDO PESSOA)

Primavera

Dia desses eu estava olhando a vida passar... e me peguei saudoso de situações que normalmente não fazem parte do meu dia-a-dia, talvez seja a água do lugar - estou pensando em analisar, talvez seja algo hormonal, talvez seja só a vida seguido seu rumo... [Corta]

Outro dia desses, eu caminhando pelo centro da cidade, resolvo parar em uma livraria para ver as revistas novas, e há uma especial que desde a primeira vez que vi me chama atenção pelos temas que são abordados e, principalmente, pela forma como são abordados... a capa do mês passado, trazia em destaque... A FILA ANDA!!!
[Corta2]

Agora junta tudo... 

Quem diria que a fala anda mesmo... até eu, um dos mais céticos dessa coisa "esquisita" chamada amor, tenho que concordar que a fila anda. As vezes demora, as vezes tentamos nos apegar, mas fatalmente um dia aquele entorpecimento passa e nos vemos diante de novas situações, novos cenários e cores. Tudo parece mais simples...

E assim, Eu, que um dia achei que não tinha um coração e precisei sair e busca de um mágico que me desse um coração, talvez esteja descobrindo, quem sabe até pela primeira vez o gosto da Primavera.

Como eu sempre fui do contra e minhas coisas tem um tempo próprio, pelo menos, em minha defesa, posso dizer que ainda é Primavera no hemisfério norte... terminando, mas é...  ;-)

De qualquer forma, quero para mim o espírito da estação e as possibilidades que ela trás...

--x--

Pensamentos soltos de uma sexta-feira a tarde em que você já poderia ter ido embora, mas ainda fica em sua mesa, "vendo a vida passar"...  ;-)

Hasta luego!



"Estou sentindo o martírio de uma importuna sensualidade.
De madrugada acordo cheio de frutos.
Quem virá colher os frutos de minha vida?"
Senão tu e eu mesma?
Por que é que as coisas um instante antes de acontecerem
 parecem já ter acontecido?
é uma questão de simultaneidade do tempo.
E eis que te faço perguntas e muitas estas serão.
Porque sou uma pergunta.
(CLARICE LISPECTOR, in Água Viva - fragmentos)






Envy (da série: Pecados Capitais)


Durante muitos anos eu fui adepto do discurso de que o Dia dos Namorados era apenas uma invenção dos países capitalistas para fazer com que as pessoas comprem mais e movimentem a roda que gira o mundo, la plata! Mas devo confessar que os últimos anos foram decisivos para que eu pagasse minha língua e que hoje estivesse aqui com uma pitada de dor de cotovelo.

Posso dizer que me apaixonei algumas vezes, olhando para trás, reconheço que me apaixonei mais vezes do que acreditava, também já consigo entender que muitas dessas vezes, o medo, a insegurança e alguns outros fatores me levaram a recuar e a manter as coisas no campo do platônico. O que por vezes era muito bom, porque me permitia viver essa paixão da forma que eu queria e como eu julgava melhor para mim.

Hoje sei também que não estava pronto... havia medo e insegurança sim, contudo, mas que isso, faltava maturidade para encarar e lidar com determinadas questões que exigiam atenção.

Até que, algumas pessoas chave apareceram em minha vida, algumas eu já citei aqui no bloguinho e outras, que ainda não tive coragem de citar e, que assim, ainda permanecem apenas minhas. Para ser sincero, aprendi muito pouco com essas pessoas, mas elas me deram o essencial, coragem!

Coragem para ir atrás de algo incerto, daquilo que muitas vezes a razão e a lógica nos aconselham a não devemos fazer.  Também devo a elas, descobrir que uma ligação não é apenas uma ligação - quando alguém que nos é importante está do outro lado. Devo a elas, desenvolver a habilidade de reconhecer uma pessoa ao visitar um lugar ou ver um determinado objeto. Por fim, apesar de tudo, foi com elas que entendi o sentimento de que apesar da estrada e as escolhas serem minhas, eu não quero mais caminhar sozinho por elas.

Engraçado que o tempo também me trouxe a sabedoria para entender o que eu quero de um relacionamento, por ironia, não foi com elas que aprendi o que, ou a forma que gostaria de viver em um relacionamento. De qualquer forma, esse será mais um dia dos namorados sozinho... ou melhor, comigo mesmo

Hoje saímos para almoçar em um grupo, diversos amigos, alguns já casados, outros noivos e os avulsos – entre nós, um amigo trouxe outro amigo que veio visitar a cidade.  Algo me chamou a atenção naqueles dois, os gestos contidos, as risadas, as palavras não ditas, enfim... não sei se minhas suspeitas procedem, mas se uma das definições de inveja é desejar o que não se tem, eu hoje senti inveja...

Não sei se foi branca, preta, de bolinhas ou lisa, mas deitado em minha cama, não pude deixar de lembrar o quanto foi bom, um dia, poder ficar deitado quieto... a ouvir a respiração do outro, enquanto pensamentos vão e voltam... Enfim, quem sabe no ano que vem... ;-)

Newland Archer: You gave my first glimpse of a real life.
Then you asked me to go on with the false one. No one can endure that.
Hellen Olenska: I´m eduring it.
(dialógo do livro The Age of Innocence, Edith Wharton)



Hasta Luego!