Um conto de Páscoa

04/04/2010

Quando eu era pequeno, pequeno a ponto de não ter qualquer lembrança sobre isso, contam meus pais que um dia entramos acho que em um supermercado... não me assustaria se fosse o Sé Supermercardos que existiu ali na Praça Panamericana - onde constumavamos fazer compras, e eu me encantei com um coelhinho de chocolate. Quem sempre conta essa história é minha mãe, diz ela que meus olhos brilhavam vendo o "tuelhinho", a questão é que aquela altura as vaquinhas de casa andavam meio anoréxicas, aliás, bem anoréxicas!!!

Comprar o coelhinho para mim, significaria que faltaria grana para outra já que estavamos no final do mês, talvez o que doeu mais nos pais foi que ao explicar que naquele momento não podia, mas que eu ganharia depois o coelhinho, diz minha mãe que eu sorri e disse o famoso "Tá bom Mamy!". Talvez se eu tivesse feito uma "performance" e esperneado um pouco, isso abrandasse a dor e a culpa que eles sentiram naquele momento.

Meu pai ficou arrasado por não poder comprar um mero chocolate ao pequeno filho, mas sabiamente minha mãe ponderou e chegaram a conclusão que era o melhor esperar. No final de semana seguinte a Páscoa, visitando um casal amigo da família eis que fui presenteado com um grande coelho de chocolate maciço que havia sido guardado para mim em função da Páscoa. Talvez, se meu pai tivesse usado o resto da grana para me dar o "tuelhinho", não tivessemos ido visitá-los naquele final de semana...

Eu não me lembro de nada, acho que não fiquei com nenhum trauma, mas as lições ficam... e nas poucas vezes que alguém comenta, me impossível não pensar que em algumas coisas na vida eu ainda me pareço com aquele garotinho de cabelos liso e cheio jogado para o lado... foi assim em diversas ocasiões da minha vida... no final sempre tive a sorte de ganhar mais do que havia pedido ou desejado.

Apesar de nem sempre o caminho ser "tranquilo", espero que a escrita permaneça e que eu ainda continue sendo merecedor de ganhar mais do que peço.

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E Março não foi um mês fácil... eu brinco que foi my personal Haiti, praticamente matei um leão por dia! O grand finale foi tirarem a secretária que trabalha diretamente comigo para colocarem outra - que diga-se de passagem ninguem quer. Mas eu sobreviverei, a gente sempre sobrevive, né?! ;-) Talvez seja a época de ressureição, vai saber, mas como já bem disse Cecilia Meireles:

Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.

E espero que todos tenham tido uma ótima Páscoa e que a dentista do Paulo volte logo, porque sem chocolate dá para viver, mas com dor de dente não! [Melhoras amigo!]

Grande abraço a todos e vejamos se eu cumpro a meta de postagens semanais!

Inté!