O Galileu nunca foi um cachorro que teve consciência de classe, ele realmente acreditava que era parte da família, e como aproveitou sua vida. Me lembro do dia que fui buscá-lo, ele tinha exatos 45 dias (Fevereiro de 2000), cheguei na casa da veterinária e enquanto conversávamos, vejo passar resmungando pela sala uma porcheria dourada. Com um "teco" de focinho amassado, parecia calçar um par de meias brancas, enfim, a coisa mais linda! Minha irmã se abaixou e fez um gesto e prontamente ele veio e pulou em seu colo. Pronto, amor à primeira vista!

Definitivamente ele era um europeu, tinha o bom gosto francês para a comida (enquanto os demais cachorros voavam na comida, ele não comia nada que sem antes dar uma boa cheirada, e se notificar se não havia algo mais interessante que sua ração), tinha a engenhosidade alemã (sabia roubar comida como ninguém, aprendeu abrir as portas dos quartos quando queria um lugar mais calmo para dormir e muito cedo aprendeu onde os biscoitos ficavam) e por fim tinha um certo ar esnobe como os ingleses - além de fazer um ar blazé, se houvesse visitas em casa, ele fazia questão de passar pelo meio da varanda, a passos lentos, como se ninguém estivesse por alí.

Também não pedia carinho, simplesmente vinha e parava ao seu lado, como quem diz...
"Estou aqui, se quiser alisar... pode... mas, não estou pedindo nada".

Comigo, era diferente... afinal, tinha regalias. Com livre acesso ao meu quarto, quando alguém descobria algum buraco no quintal, ou minha mãe percebia que mais uma de suas roseiras tinha sido podada por ele, lá vinha o "foguete dourado" correndo para dentro do meu quarto, como quem diz, aqui ninguém me pega. Parceiro nas noites de insônia, assistimos muita tv juntos, fazíamos a "ronda" pela cozinha e fizemos muitos trabalhos madrugada a dentro, eu no computador e ele deitado embaixo da mesa.

Também me aprontou várias!!! Como a vez que deixei-o preso no meu quarto e qunado voltei descobri que ele havia puxado todas (t-o-d-a-s) as minhas notas de aula e solenemente feito xixi sobre elas. Certa vez, em um fatídico churrasco, notamos que a carne havia sido pouco, visto que diferente do que acontecia não haviam muitas sobras. O que fomos descobrir no outro dia é que, no melhor estilo "while you're sleeping" (enquanto você dormia), Galileu deu uma de Missão Impossivel e roubou da cozinha o maior pedaço de carne assada... terrivel. Sem mencionar os 3 anos que paguei para um treinador, costumo dizer que no final, era ele quem treinava o treinador.

Atualmente, sua paixão eram os biscoitos...

Sentirei falta das travessuras que ele aprontava, sentirei falta da festa ao chegar em casa, sentirei falta da companhia... mas, é a vida, uns vão outros vem, apesar de para mim ele ser meu "Super Mega Dog++", tenho que admitir que ele "apenas" mais um cachorro....

Epitaphìus
Galileu, Beloved Dog
(11/1998 - 08/2007)
Deixa um dono arrasado, uma família um tanto quanto chorosa, e umas 2 dezenas de filhotes espalhados pela cidade. Nos seus 8 anos de vida construiu uma extensa lista de estripulias e de muitas lembranças felizes. Adeus Amigão...