Das coisas que eu quero...

E as vezes a gente quer tanto uma coisa, que somos capazes de tentar encontrá-la nos mais diferentes, e longínquos  lugares. Algum tempo, e muitas cabeçadas depois, não raro, nos damos conta de que ela sempre estivera ali, bem próximo de nós o tempo todo, bastaria ter tido os chamados "olhos de ver", mas talvez resida ai, um dos grandes desafios da vida! Saber ver!!!

Enquanto isso, no meio tempo, nos resta um sentimento de ausência, daqueles que não se sabe bem do que, nem por que, mas que apenas constata que em algum ponto, nos afastamos de alguma coisa...  Tem dias que me sinto meio como aquelas tartaruguinhas, que eclodem na areia da praia, e que confundem o brilho das luzes da cidade, com o do luar nas águas do mar, e assim acabam saindo em busca de algo que nunca irão encontrar.

Por esses dias, tenho me lembrado da frase de Camille Claudel que diz: "Il y a toujours quelque chose d'absent qui me tourmente", algo do tipo: Há sempre alguma coisa "ausente" que me atormenta.

E essa foi uma semana de ausências, algumas esperadas outras inesperadas, mais que isso, de se confrontar com os meus moinhos de vento...

Mas, apesar de tudo..., não poderia dizer que foi uma semana ruim! ;-)



Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
(DOM QUIXOTE, Eng. do Hawai)
Inté

9 comentários:

M. disse...

Moinhos de vento...são os mais difíceis de vencer! Quisera eles fossem reais.
Beijos

Raphael Martins disse...

Santa Tartaruga ! Cowabunga !

Math disse...

Estamos reflexivos, não???? Que "cousa"!!!
Eu acho assim....melhor parar de querer coisas, a gente se decepciona menos, as expectativas são menores, e no final, a gente não precisa enterrar o sonho...melhor não tê-lo.

No mais....se a tal "coisa" estava perto e vc não viu, é porque no fundo não era para ver mesmo, e não sinta falta, afinal, ela estava lá e nunca te fez falta...

E as ausências??? Ah meu querido....todos somos sozinhos nesse mundo e assim ficaremos para sempre...melhor se acostumar. Como disse, melhor a baixa expectativa...

O Rei do Drama disse...

oi querido, obrigado pelas palavras no meu post. você entendeu o que eu quis dizer.

maturidade é arcar com nossas escolhas.

bjo grande

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

"Bastaria ter tido os chamados "olhos de ver", mas talvez resida ai, um dos grandes desafios da vida! Saber ver!!!"

Isto a vida me ensinou ... mas nem sempre ainda consigo viver plenamente sob este prisma ... e sempre "Haverá alguma coisa "ausente" para me atormentar."

Alex M. disse...

De todas as ausências, a que mais afetará sempre nossa vida é a ausência de nós mesmos. Acho que isso é uma outra maneira de dizer "sem olhos de ver" o que está, o que é.
As tartarugas, ao contrário, seguem sua natureza. Respeitado a figura em seu texto, não creio que jamais confundam a direção a tomar. Nós, quando aprendemos a ser, a estar, a ver, a ouvir... também jamais confundiremos luzes com luares. O problema é que nem sempre a gente quer aceitar que uns não são os outros, e demoramos muito nessas ilusões.
E, infelizmente, há coisas que a gente tem que andar um pouco, outras muito, pra ir descobrindo. As tartarugas, embora vivam tanto... talvez já nasçam sabendo!
Abração!

FOXX disse...

ai ai... que frase foda... há sempre alguma coisa ausente que me atormenta... foda!

Caio disse...

É que eu sou um cara sonhador: se alguma coisa me falta eu monto os meus planos "infalíveis" (cheios de métodos) pra conseguir. A própria empolgação com o plano me preenche a ausência. A própria empolgação se encarrega de expulsar o vazio.

Mas ó, quando dizem "o que é seu virá" não significa que você deve esperar sentado. Quer preencher essa ausência? Se esforça, doutor. Procurando longe ou alí do lado, o importante é trabalhar pra conseguir. E não tem vergonha nenhuma nisso.

Anônimo disse...

"Por amor às causas perdidas": a legenda perfeita pra esses meus últimos meses... Mas quem é que decide quais causas são viáveis e quais lutas são vãs? A verdade dos sensatos não nos serve pra nada. Se o coração indica um caminho, melhor segui-lo e pronto. Se ele insiste que algo está ausente, temos que procurar e procurar até que não reste um só cantinho intacto.
Abraço.

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