I´m a weirdo


Tripulação, check de portas!

Foi só nesse momento que realmente me dei conta de tudo que tinha acontecido! Talvez a correria para antecipar o embarque em um voo mais cedo naquela tarde quente de domingo, não tenha deixado espaço para que tivesse a exata noção de tudo o que estava acontecendo. Foi naquele momento, já com os cintos afivelados é que o sangue "esfriou"...

Me dei conta que novamente, lá estava eu em uma situação que havia prometido a mim mesmo não passar novamente. Mas, de que vale a vida se a gente não pode quebrar uma ou outra promessa feita a nós mesmos, não é?! Assim, na mesma velocidade que o giro do motor aumentava prestes a decolar, aumentavam o número de pensamentos que passavam na minha cabeça...

Tal qual quem vai acordando de um sonho, o céu azul ensolarado foi dando espaço ao cinza sisudo que reinava naquela tarde em São Paulo, de volta a realidade das coisas! Confesso que não me importei muito, coloquei meu casaquinho de velho e caminhei em direção ao estacionamento. Se pouco mais de 24 horas antes eu cruzava aqueles mesmos corredores cheio de dúvidas e inseguranças, naquele momento eu trazia na mochila novas dúvidas e várias "outras coisas" a pensar e a organizar. Longos dias seria necessários até que pudesse começar a entender, estabelecer relações e conhecimentos.

Conforme era possível prever, várias xícaras de café, em silêncio, foram necessárias para [tentar] colocar a cabeça em ordem, várias outras pelo jeito ainda virão... 

Em meio as incertezas, em algum momento me dei conta de como havia reagido diferente dessa vez, não mais sentia o medo pela perda, mas experimentava um assustador bem-estar pela experiência vivida, ainda que isso fosse até mais assustador. Na minha vida, tenho aprendido que algumas coisas não se repetem, há ainda o fantasma do "quase", mas diante todas as possibilidades do futuro, eu esteja aproveitando o "só hoje".

E hoje, foi um dia muito bom!

Ao entrar no carro, a primeira música a tocar aleatoriamente foi uma velha conhecida, coincidentemente a mesma que tocou quando cheguei ao meu então destino! Impossível não lançar um olhar desconfiado para o rádio, enquanto virava mais um carrinho em meio a tantos outros carros...

(CREEP (Cover) - Brian Justin Crum)


"...
I wish I was special
You´re so fucking special
But I´m a creep, I´m a weirdo
what the hell am I doing here?
I don´t belong here
..."

8 comentários:

Mark disse...

Esta música é muito especial. Confesso que prefiro a versão dos anos 90, interpretada pelos Radiohead.

O céu cinza, a chuva, é tão bom. Eu não desanimo quando o azul dá lugar às nuvens densas; pelo contrário, é tempo que se adequa a mim. :)

um abraço.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

O céu cinza, a chuva, é tão bom. Eu não desanimo quando o azul dá lugar às nuvens densas; pelo contrário, é tempo que se adequa a mim. :) [2]

CÉU disse...

Olá, Latinha, senhor engenheiro, presumo!

Adorei ler teu texto, que está "quase" (há sempre um quase) perfeito, na forma e no conteúdo.

Uma perda. Tb você? Ah, a vida é mutação e o k tiver de ser nosso, será.
Faz bem suspirar, alivia o físico e o psíquico.

Pronto, tudo acabou em bem, pke aquele dia foi bom, quase especial e o passado, querido amigo, fica pra história, a tua.

Adorei a canção e a interpretação k não conhecia. De facto, ali não é seu lugar. O "homi" tem um vozeirão!

Espero que, agora, não demore tanto tempo a me visitar. Tá?

Beijinho, menino!

CÉU disse...

Me esqueci de uma coisinha: ah, você é um esquisitão, um insatisfeito? Olha, já tem companhia: eu.

Bom final de semana.

M. disse...

Nunca diga "nunca" L. Somos, e voce sabe, diferentes em cada ocasião em situações parecidas.

Beijo

Sara com Cafe disse...

meu querido,
incrível como quebramos nosso próprio tabu e nossas próprias promessas. incrível!
espero que tudo esteja bem e que o café - e o silencio - estejam ajudando.

Abraço profundo!

No Limite do Oceano disse...

Somos todos uns weirdos, cada um à sua maneira lol. E se foi um dia bom, que venham mais. Que seja um bom vicio!

Gera Careka disse...

Quantas vezes quebramos as promessas que fazemos pra nós mesmos?
Quem nunca fez isso? E que seria de nós se não tivéssemos consciência disso, né mesmo?
A gente é estranho por natureza! rsrsrsrs..abs

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