Season Premiere - Four days

Em geral, na indústria, chamamos de tempo de setup o período em que a produção é interrompida para que os equipamentos sejam ajustados, de certa forma, é assim que tenho me sentido nesses primeiros dias de Janeiro. O ano dá mostras que pode ser bem movimentado, entretanto, por enquanto, a coisa segue um ritmo próprio meio que independente da minha vontade... Assim, até que as coisas começam a se desenrolar efetivamente, o jeito é [tentar] se preparar e é isso que tenho procurado fazer.

E "ontem" foi dia de reunião, mas foi uma daquelas bacanas, passei a manhã com mais duas pessoas que respeito e com quem gosto muito de trabalhar, além de serem pessoas que podemos confiar são aquele tipo de profissional que nos inspiram. Acredito que sempre fui muito sortudo no campo profissional, independentemente dos altos e baixos que a gente passa no trabalho, sempre encontrei um "guru", aquela pessoa geralmente mais experiente, muitas vezes mais velha, que de alguma forma vira um mentor. 

Enquanto isso, no campo pessoal... Acho que a frase que resume o período é: Manda o GPS que eu to perdido! :P Querer, poder, lutar, espernear, enfim, um monte de coisas a serem feitas e de repente parece que tem tão pouco tempo! Eu, que sempre fui "dos planejamento", tudo pensado nos mínimos detalhes, de repente tenho a sensação que nos últimos tempos eu ando desenhando sem rascunho. De qualquer forma, tem um texto que me ensinou um bocado de coisas e que de tempos em tempos eu gosto de reler, gosto bastante das publicações dessa coluna "Meu Erro" da revista Época, vou deixar o link aqui: "Não tive desapego". 

Mas, vamos falar de coisa boa... ;-)

Ontem de madrugada, lá estava eu zapeando quando acho o filme The Bridges os Madison County começando, já tem uns bons anos que vi esse filme pela primeira vez, na época ele me tocou muito. Uma grande amiga já havia me indicado, mas eu nunca tinha tido a curiosidade de vê-lo, até que um dia... deu certo!

Além da história do encontro entre pessoas mais maduras, Clint Eastwood e Merryl Streep arrasaram nas interpretações, e várias outras questões que o filme levanta, me pegou a forma como ele mostra que mesmo possuindo tudo aquilo que muitas pessoas julgariam o suficiente para sermos felizes, ainda assim, podemos nos sentir incompletos ou mesmo desejosos de "sabe-se lá o quê". Acho que "por muitas vezes", experimentei essa sensação... Enfim, é um filme que eu recomendo... 


(Doe Eyes - Michael Lang - Tema de As Pontes de Madison)



Há nas matas cerradas um prazer
Há nas encostas solitárias um arrebatamento,
Há sociedade, onde ninguém pode intrometer.
Pelo mar profundo e música em seu lamento
Eu não amo menos ao Homem, mas à Natureza mais.
Dessas nossas entrevistas, nas quais capturo
De tudo que eu possa ser, ou tenha sido tempos atrás, 
Para me misturar ao Universo, e sentir puro
O que nunca posso expressar, ainda que não possa esconder. ( - Byron)



That´s all folks! ;-)
E que comece o ano! 
Espero que todos estejam bem...

13 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Bacana saber q, apesar dos altos e baixos vc está bem profissionlamente ... qto às demais coisas da vida, muitas delas não têm muito como planejar ... elas acontecem mas, para isto, precisamos estar abertos a elas.
O Filme: Já assisti e é realmente uma blz ... sua percepção foi perfeita: "mesmo possuindo tudo aquilo que muitas pessoas julgariam o suficiente para sermos felizes, ainda assim, podemos nos sentir incompletos ou mesmo desejosos de "sabe-se lá o quê".

Beijão

Uma Cara Comum disse...

Essa sensação de descompasso com o tempo alheio me persegue demais...

Eduardo de Souza Caxa disse...

Tamo junto, Neide, nessa de "setup". Tá difícil de voltar a engrenar por aqui (trabalho).

Unknown disse...

O que mata é justamente esse “sabe-se lá o quê”! Quanto perdemos de essencial por tentar achar pelo em ovo... enfim, vou procurar “por aí”, pra ver se encontro esse filme.

Abraços

Madi Muller disse...

Esse filme está na minha lista Top Five, já assisti inúmeras vezes e nunca me canso, a cada vez penso no que teria sido a vida da personagem da Meryl Streep se tivesse feito a outra escolha, e sei que muitas mulheres já estiveram nessa encruzilhada....

Mark disse...

Pois é, também sinto essa sensação, passo a redundância, de chão a fugir dos pés. Parece que caminho sobre manteiga, areia movediça, enfim, ainda terei de definir. Mas partilho desse sentimento de desorientação (na falta de melhor termo).

Ah, a Meryl... Uma das minhas actrizes favoritas!!

um abraço gigante!

Gera Careka disse...

Todo início de ano tem esse ritmo meio morno mesmo. Mas pelo visto você está a todo vapor em seu trabalho.. isso é maravilhoso!!!
Me fez ficar um pouco nostálgico ao falar desse belíssimo filme. Aliás nas madrugadas passam filmes que marcaram época!
Bom revê-lo..grande abraço

Sérgio disse...

Por vezes o melhor é mesmo desligar o "gps" e seguir pelos caminhos que conhecemos, seguir as placas, ir perguntando a quem passa...
Estou certo que vais encontrar o tal caminho, especialmente porque o mereces (e temos que pensar assim).
Abraço

Três Egos disse...

Obrigado pela indicação do filme, Latinha! E quanto ao campo pessoal, este é difícil mesmo, planejamento aí é perda de tempo... Rs

Grande abraço!

railer disse...

latinha, esse tempo de preparação é importante. faça bom uso dele. no campo pessoal inclusive. se você está perdido, em breve alguém te acha.
;-)

Anônimo disse...

Estou fazendo um bom exercício de desapego com uma grande burrada que fiz no blog, e de verdade, estou sentindo, mas nem tanto quando eu talvez, acharia que deveria, estranho né? Mas acho que essa coisa de desapego, que ando praticando desde sempre, está realmente acontecendo.
Legal estar motivado para o trabalho, estar motivado é sempre bom, a nossa energia fica boa, e com energia boa, outras coisas acontecem em outros campos, talvez o GPS funcione !
O filme é lindo mesmo e aborda realmente essas questões que vc disse, e acho que isso realmente pode acontecer em alguns momentos, essa coisa de faltar algo, somos movidos de emoções e ai a coisa complica ...
Bora começar esse ano !

Luma Rosa disse...

Oi, Latinha!
Todos nós cometemos erros e persistimos neles, até que outro caminho seja apresentado. O ser humano é insatisfeito por natureza. Nada nos basta! É a procura pela perfeição. Tenho praticado o desapego desde que minha mãe partiu... era um medo de criança que tive de ultrapassar. Foi difícil me desfazer das coisas pessoais dela. A cada coisa que pegava, tinha uma história, mas eu não poderia trazer para a minha casa, seria sofrimento dobrado. Estaria sempre lembrando disso ou daquilo. Depois, quando voltei para minha casa, fiz o mesmo com as minhas coisas e fiquei apenas com o essencial. Não quero que meu filho um dia tenha que passar pelo que passei ao me desfazer das coisas que a minha mãe tanto amava.
Maggie carregou as lembranças de um amor pq isso era confortável para ela. Todos nós temos amores passados e de certa forma é gostoso sofrer por eles, afinal, amamos e fomos amados. Sabe que é mais bonito viver um sonho do que encarar a realidade. Vamos sonhar enquanto podemos!
Beijus,

Luma Rosa disse...

Troquei os nomes... é Francesca e não Maggie :D

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