Apenas Eu...



Alguns diriam que a cabeça é dura mesma, mas devo confessar que eu sempre gostei “da impossibilidade das coisas”, pessoalmente sempre observei que nossos pais não nos criam aceitando a possibilidade de desistir, ou mudar de opinião, eu mesmo já tive longas discussões “comigo mesmo” por conta disso, e sempre foi difícil aceitar que eu errei, ou então que eu mudei de ideia. Devo confessar que a coisa mais libertadora que fiz certa vez foi desistir de algo importante, quase no final. Para mim, foi algo quase como largar uma noiva na porta da igreja, mas era no campo profissional! ;-)

É bem verdade que levei alguns anos para me recuperar do baque e, não foi fácil aprender a lidar com as reverberações disso, pior que não foi pela reação dos outros, mas por conta das minhas próprias cobranças, pelos meus padrões que mesmo sem imaginar eu acabei me impondo em algum momento...

Eu não culpo só os pais, ainda que acredite que a maior parte deles tenha uma parcela de culpa, a verdade é que em alguns assuntos eu deveria ser um pouco mais esperto, mas..., confesso que eu também sempre gostei de jogar by the book. O que em linhas gerais é bom para minha profissão... mas na vida pessoal sempre me dá umas dores de cabeça.

De qualquer forma, a verdade é que otimista, ou tolo, eu nunca fui bom em largar algo para trás... anos atrás, um grande e querido amigo, me disse que eu precisava aprender a desapegar! E isso meio que ficou martelando na minha cabeça... mas como faz?! Toca um foda-se e manda para geral?

A questão é que eu nunca fui o cara da geral... assim, vamos colocar ali na prateleira e vez por outra a gente tira um pó, olha, lembra e devolve...A verdade é que muitas vezes, para mim, as impossibilidades sempre pareceram mais interessantes que as possibilidades... pronto falei!

E esse foi um post meio sem pé, nem cabeça, e que para ser bem honesto eu tava pensando em outra coisa quando comecei a escrever, mas... ele apareceu. E apesar de não ser o Kevin, acho que hoje foi dia de falar sobre mim...  ;-)


Me multiplicando em sol
Tento uma canção pra você
Trago flores, girassóis
Não me importa mal me querer

O que vai em mim vem
de um desejo imenso de ser outra vez
Um barco, um azul
Outra vez, de tarde, morrer

Céu sem naves espaciais
Flores, só naturais
Só nóis dois e as coisas banais
Mais não, pra quê.
Para que o mundo
Segue o mundo 
Sem o mar
Sem amar

De que vale o som sideral
Ou uma rima mais genial
Se o amor está aqui, neste sal
Nesse encontro franco e frontal

Nesse barco longe do mundo
Toda a nossa vida e um segundo
Pra dizer ao mar que voltei
Que sou do mar, sou do mar, do mar.
CARTA AO MAR - Elis Regina [para ouvir]

11 comentários:

Unknown disse...

Ainda hoje me falam em desapegar com tanta frequência que acho que se acontecer fico perdido! Me apego a tantas coisas que acredito e mesmo que quebre a cara não consigo mudar, faz parte da minha essência; Problemas pessoais ou profissionais fazem parte sim um certo desapego, para crescer e outras novas oportunidades surgirem...mas não é fácil! Abração :)

Unknown disse...

Disseste uma coisa muito certa: "a coisa mais libertadora que fiz certa vez foi desistir de algo importante, quase no final"

É a melhor descrição. É bem assim. Incrível. Estamos sempre nos cobrando por terminar as coisas, sem nos dar permissão para pensar que talvez a gente nem queira de maneira nenhuma. Não tem problema nenhum nisso.

Grande abraço

Sérgio disse...

"Meio sem pé", também, essa tua teoria das impossibilidades fez-me pensar que não acredito em amores impossíveis. O que me levaria a lutar por alguém que já me quer ou que não me encontrou o tal interesse. Seria como correr atrás de algo impossível ou "chover no molhado", o que me parece sempre um desperdício quando a vida já é tão curta.
Desistir de algo importante, foi algo que fiz, precisamente porque a via é tão curta e existiam outras coisas igualmente importantes que eu tinha que fazer e viver.
É sempre bom ler-te ;)
Um enorme abraço.

Math disse...

O "desapegar" eu já tinha te falado tb algum tempo atrás...mas o sr nunca me dá ouvidos.....enfim...
E sobre tu gostar muito mais das impossibilidades....ah, magina...o sr não não disso não....kkkkkkkkkkkkkkkkkk.....ou quer que eu desenhe isso tb???????

E não achei "sem pé nem cabeça"...muito pelo contrário, descreveu bem, Kevin!

Abraços.

FOXX disse...

Ah, como eu já joguei cantei essas pedras lá no blog
desistir é um passo importante
em tudo que fazemos, devemos reconhecer que nem tudo tem que dar certo
que as vezes dar certo significa desistir daquilo e ir em outra direção.

Luma Rosa disse...

Oi, Latinha!!
Você gosta dos desafios, é isso?
Para tomar uma decisão e desapegar, basta pensar no que primeiro lhe ocorreu, pois tudo que vem depois, são pensamentos sabotadores de quem tem medo :)
O medo é o nosso maior inimigo!!
Boa noite, Kevim :)
Beijus,

railer disse...

li um livro muito bacana que se chama 'o melhor do mundo' (aqui) e fala sobre seguir em frente e desistir. ele mostra que nem sempre seguir em frente é o melhor caminho e que às vezes o melhor mesmo é desistir ao invés de insistir.

pequeno e fácil de ler, recomendo.

Alan disse...

Tempos atrás tive esse mesmo momento de reflexão de sobre insistir ou desistir de coisas da minha vida. Resumindo: larguei a faculdade que estava quase terminando, mudei de emprego e não me arrependi. Tem coisas que não adianta os pais ensinarem ou mostrarem na cartilha da vida: a gente só aprende fazendo sozinho.

Fred disse...

Mas a gente adoooooooooooora ler sobre vc... portanto pode escrever mais, tzá? E sobre "desistir" de certas coisas, acho dygno e sábio. Meu problema é que sou teimoso feito uma mula... hehehe! E bromance tem o nosso tb, nzé? HAHAHAHA! Hugzones!

Wildeman disse...

Terei que pedir explicação das entrelinhas em off. Ando meio lerdo... Rs

Anônimo disse...

A desistência tem que ser uma decisão pessoal, sem levar em conta a opinião de ninguém. Caso contrário, a gente corre o risco de passar o resto da vida culpando parentes ou amigos por algo que perdemos.

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