"Ouvir os silêncios..."

Bom, apesar de ser um "novato" na cidade, na verdade eu sou um velho conhecido da Selva de Pedra, foi aqui que eu cresci, aprendi a andar de bicicleta, ralei os joelhos algumas vezes, mesmo enquanto crescia, várias passagens no livro da minha vida se deram por aqui, em São Paulo, dessa forma, ainda que não tenha mais os amigos de infância, eu tenho outros amigos que fui estabelecendo enquanto crescia, assim, esse começo de ano tem sido de muitos reencontros.

Tal qual quem chega de uma longa viagem, chega desejoso por saber as novidades, assim tem sido boa parte desses reencontros, nestas últimas semanas, tive a chance de rever alguns grandes amigos, em especial, dia desses fui tomar um café (para variar) com um amigo desses de longa data, foi um convite feito por mim de última hora, sem maiores planejamentos e prontamente aceito por ele. Pouco mais de uma hora depois, um abraço marcava o reencontro e como mágica, parecia que a última vez tinha sido a pouco tempo.

Nos conhecemos na época do mestrado, logo viramos amigos e parceiros de trabalho e estudo, formamos uma boa dupla e logo a amizade extrapolou os portões da universidade, algumas vezes cheguei a ficar hospedado na casa da família dele, outras vezes viajamos juntos, sempre ocasiões impares!  

De volta ao tempo presente, foi tempo de fazer "as contas" e ver que muitas coisas aconteceram nesse tempo... algumas boas, outras nem tanto... conversamos bastante e com certeza ainda sobraram assuntos para mais encontros, mas algo me chamou a atenção, ainda que ele nada tenha me dito, havia algo ali presente que se fazia notar. Em partes, posso supor o que era, mas preferi dar tempo ao tempo, "sei que ele sabe" que pode contar comigo e quando for a hora [e se necessário] ele tocará no assunto.

Por coincidência, ou não, me passou aos olhos hoje uma reportagem falando sobre a importância de acolher o silêncio do que teu amigo não quer te dizer, de "ouvir o silêncio"... Me lembrei na hora desse amigo, e alguns outros, dele em especial porque no fundo essa era uma característica de nossa amizade, de muitas vezes "apenas" estar lá... 

Interessante que nesses tempos tenho vivido bastante "o silêncio", sozinho, em terras nem tão estranhas assim, mas que demandam uma adaptação, tenho partilhado boa parte do meu tempo com meus pensamentos... tentando ouvi-los e compreendê-los, quando não, argumentar com eles. Também acompanho o silêncio de pessoas importantes para mim, alguns envergonhados, outros sentidos, aqueles discretos, de qualquer forma, ainda que algumas delas nem falem mais comigo, eu ainda posso ouvi-los e entendê-los...  

E fico feliz por isso.

(Ao fim - Romero Ferro)


Muy bien! Recuperado da diaba da virose, ainda estou na batalha para colocar as coisas em dia... tá puxado, mas... vamos que vamos... 

Dia desses cruzei com essa música, pode ser que seja o contexto quando a ouvi, pode ser a letra, sei lá... só sei que ela ficou meio "grudada" em mim esses dias... Então, apesar de não entender porque isso aconteceu [ehehe], vou deixar ela aqui...  ;-)

Inté.

5 comentários:

No Limite do Oceano disse...

Latinha nas verdadeiras amizades, o tempo não afasta as pessoas, e esse seu reencontro com o seu amigo é a prova disso. Para mim são raras as pessoas que têm esse efeito em mim, em que o tempo nada faz, e quando estamos juntos nem damos conta dele ter passado.

E sim, os silêncios por vezes são mais importantes que certas palavras.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Já vivenciei nesta minha vida pessoas definitivamente incríveis. Como isto é bom ...

Beijão

Anônimo disse...

O silêncio é ouro!

Três Egos disse...

Muitas vezes o silêncio diz tudo. O melhor das grandes amizades e sabermos o que o outro está pensando sem dizer absolutamente nada.

Grande abraço!

Homem, Homossexual e Pai disse...

soupessimo para lidar com o silencio... especialmente o meu silencio interno... ei! para de ficar sozinho, vamos marcar um cafe de blogueiros, vai faltar silencio!

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