Fragmentos

"Eu sempre gostei de cartas, de todas elas, de recebê-las, do ritual de escrevê-las, de ver a tinta sendo absorvida pelo papel após o desenho minuncioso de cada letra, do chiado da pena arranhando o papel. É bem verdade que ninguém mais usa canetas de pena, e apesar de nos dias de hoje eu mesmo usar mais o computador para escrever, eu ainda mantenho a minha caneta, para os momentos especiais...

As cartas de amor são sempre as mais interessantes, recheadas de intenções e desejos, carregam consigo a capacidade de inebriar, e mesmo que seja por instantes, acabam nos transportando a outros locais, outros tempos e sensações. Impressionante como as letras ganham formas e podem ser ouvidas conforme se juntam e as frases vão se revelando a cada linha.

Em épocas em que a mensagem de texto reina absoluta, e verdade seja dita possui o seu valor, sinto falta da abundância das palavras, de sentir o calor da mão que as escreveu através da textura “fria” do papel.

Da mesma forma que nada superar a dor de rasgar uma carta de quem um dia nos foi importante, não há quem consiga segurar o riso de canto de boca ao receber aquela, por vezes, tão esperada carta, e que provavelmente será cuidadosamente dobrada e guardada, como quem tem nas mãos um importante tesouro. Quantos segredos e palavras não ditas se escondem nas entrelinhas de uma carta.

Nostálgico ou não, sinto falta das cartas de amor... sinto falta de receber cartas de amor..."


Quero arrancar-te
Das vísceras onde te enleias;
Raspar a tua pele
Que trago nas unhas,
Limpar o teu olhar
Dos meus olhos.
Quero encerrar-te
No sótão que a memória
Não alcança;
Apagar as palavras
Que tatuaste no meu ouvido.
Ou talvez seja apenas
O meu peculiar modo
De não te esquecer.
(DESCONHECIDO)


;-) Inté!

11 comentários:

Math disse...

Falta de receber cartas de amor ou ausência de amor?????
Não seria o primeiro consequência do segundo????
Não seria o segundo reflexo e uma não resolução de problemas anteriores?
A resolução desses problemas não estaria diretamente ligada ao desejo de se libertar?
E o desejo de se libertar não seria o desejo de amar?
As coisas funcionam em um ciclo...e todo ciclo resulta de uma reação vinda de uma ação...
Pense nisso...

Goiano disse...

nussa
o post anterior me deixou tao perto de vc
rs

saudade
e quero fofocar
bjos

FOXX disse...

ah
tb adoro cartas
faz tempo q naum as recebo

Serginho Tavares disse...

depois do twitter, orkut, facebook, msn, ninguém escreve mais emails quanto mais cartas1

Unknown disse...

Gostei dos seus textos e do blog. Acho que todos nós temos problemas parecidos...
Tb gosto de Fernando Pessoa. Já li quase tudo dele! (rsrs!)
Um abração e boa sorte!

Latinha disse...

Evarist,

Acredito que nem eu sabia que gostava tanto de FP, aos poucos fui descobrindo e juntando coisas... um dia um amigo portugues me falou sobre eu ser "fã" e minha ficha caiu!

PRecisamos convesar mais!!! Você não blogue?! E e-mail, sinal de fumaça, ...? ;-)

Abração e obrigado pela visita, volte mais vezes

Unknown disse...

Oi Latinha (rsrs!),

Tentei fazer o comentário com o meu e-mail, mas não avançava! Aqui está ele:

evaristgatois(ARROBA)gmail.com

Quanto a fazer um blog, já pensei, mas nunca fui adiante. Prefiro vasculhar o dos outros! (rsrs!)

Se quiser, meu msn é evarist1(ARROBA)hotmail.com

Abraço!

Antonio de Castro disse...

eu nunca rasguei uma carta!

eu só deleto msgs, só excluo perfis do orkut e msns e apago números de telefone do meu celular...

a tecnologia existe, mas é tão sem graça!
xx

Marcos Vieiras disse...

Ah ! As cartas me trazem as mesmas sensações ... Eu nunca as rasguei mesmo as que foram menos saborosas... Nostalgia, talvez! Mas gosto de relembrar todas as sensações que elas me causaram, é uma forma palpável de saber que um dia existiu... já que viver é realmente imaginável.
Abraços
Muito bom o blog voltarei mais vezes ...

Unknown disse...

Gosto de mais de receber cartas......
e vc gostando do livro??

abraços

Guy Franco disse...

Não sei o que são cartas de amor. Como fazer uma, como são escritas, que tipo de cheiro têm.

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