O Meme da Moça - "Latinha San"

Faz um certo tempo que "a Moça" (vale a pena conferir o blogue dela) havia me indicado para um même que envolvia contar uma viagem com aventura - ou qualquer coisa assim. Tendo em vista que eu não sou exatamente um Jack Bauer ou um Macgyver da vida, fiquei a matutar o que poderia contar e que teria haver com aventura. Lembrei da primeira viagem que fiz ao Rio de Janeiro e o "incidente" ao som do Bonde do Tigrão, teve a vez que troquei minha passagem de avião para encarar 26h de ônibus até Florianópolis só porque a menina que eu estava de olho ia de ônibus. Aqui vale um parênteses, não tente fazer isso, tudo bem que a viagem foi muito bonita (tenho fotos ótimas), mas as 26h quase me mataram e o pior de tudo que o ônibus não tinha andado 10km e eu já queria atirar a garota pela janela (ai se arrependimento matasse!).

Mas, conversando com um amigo dia desses, eu me lembrei de uma verdadeira aventura que eu tive durante uma viagem, e assim... lá vai, espero que gostem!!!

Latinha San

Personagens principais: Eu (Latinha) e o Ôfuro do hotel.
Coadjuvantes: as Amigas.
Local: Hotel em São Paulo, alguns anos atrás.
Cenário:
Eu trabalhava em um projeto quando uma nova ferramenta foi comprada, como minha Amiga era a responsável pelo projeto e principalmente tinha feito uma grande campanha pela aquisição da ferramenta, precisavamos mostrar trabalho. Assim, fazendo a linha "parceiro é parceiro", além de usar a bendita ferramenta, eu acabei me dedicando a estudá-la e montei vários tutoriais para ajudar os outros usuários, durante muito tempo eu era o "suporte". Muitos meses depois é que foi marcado o treinamento "oficial" da ferramenta, que seria oferecido por uma respeitada consultoria localizada nos Jardins, em São Paulo. A Empresa ofereceu duas vagas, uma era da minha Amiga e a outra eu "ganhei" (em reconhecimento por eu ter sido um bom garoto e ter ajudado os coleguinhas).

Minha amiga é japonesa, mas não é "dessa qualidade" de japonês pequenininho não, manja, japonesão?! Então, ela deve ter lá seus 1.80m, gente finissima, adoro ela! Durante a viagem ela sugeriu um hotel que ela conhecia no bairro da Liberdade em São Paulo - perto do Metrô, esse hotel facilitaria nossa movimentação. E é ai que a aventura começa...

A aventura:
Chegamos em São Paulo e fomos para o tal hotel, quer era muito bom por sinal, um 3 estrelas, com serviço excelente e muito confortável. Bom, fizemos o registro e cada um se dirigiu ao seu quarto, o plano era se preparar para o curso e tomarmos café dali um tempo, assim o combinado era de nos encontrarmos no restaurante.

De chegada eu percebi que o hotel era diferente, na verdade haviam muitos orientais hospedados lá (okay, okay, eu sei que o hotel era na Liberdade, mas vai saber!!!), fui encaminhado para meu quarto. Depois de guerrear por alguns minutos com a porta e fechadura eletrônica, finalmente eu consegui me instalar, as primeiras impressões foram muito boas, TV a Cabo (com canal japonês a vontade é claro!) e cama muito boa. Desfiz a mala, escolhi a roupa que iria no curso aquele dia, tirei minha roupa e fui para o banheiro todo contentinho... foi quando..., tchan tchan tchan.

[Ao abrir a porta do banheiro tive uma surpresa!!! Chuta!?]
Cadê o chuveiro? Ducha? Qualquer coisa que caia água de cima para baixo!!!
Vou tentar descrever a cena, o banheiro era espaçoso, simples, mas muito limpo e bonito. Tinha a famosa privada, a pia e no lugar do chuveiro eis que surgiu o objeto do meu espanto. Até então, eu já tinha me hospedado em hotéis que tinham ducha e em outros que além da ducha tinha banheira, mas o referido objeto parecia com uma banheira, mas era menor, tudo bem que japonês normalmente é baixinho, mas aquilo era um exagero. O detalhe ficava por conta de um banquinho azul que estava ao lado "do objeto".

Havia uma torneira, como se fosse uma bica e mais acima algo que se parecia com um chuveirinho, que não funcionava bem, provavelmente ninguém deve usar aquilo, o que fazia com que a água além de pouca, caisse fora da "piscininha".

Pela lógica, eu imaginei que devia encher o tal objeto com a água. E fiquei pacientemente sentado no banquinho azul olhando, conforme o tempo passava eu pensei que se não fosse para encher aquilo de água, eu ia provocar uma inundação sem precedentes no hotel, além disso, convenhamos, aquele tanto de água todo dia para tomar banho me parecia um desperdicio e tanto. Lembrei do Macgyver! Fechei a torneira e voltei ao quarto, mas não tinha um maldito copinho plástico para ajudar. Como o tempo estava passando e eu já estava ficando atrasado, então... fui para dentro da "caixinha", o termo enlatado descreve bem a cena. E foi assim que eu criei o banho em 4 estágios:
  • Estágio 1: joga água no peito com a mão em forma de conchinha, sabãozinho e mais água "em conchinha".
  • Estágio 2: sai, entra de costas para a torneira, levanta, ensaboa e agacha de novo (cuidado nessa hora).
  • Estágio 3: pernas!
  • Estágio 4: sai, abaixa, molha a cabeça, shampoozinho e abaixa novamente, (cuidado para não fazer um "momento Zidane" com a torneira, ehehe).
Não foi assim o banho do Ratinho do Castelo Ra-tim-bum, mas consegui, o duro foram as cabeçadas na torneira e os arranhões, mas uns dias depois quase não tinha mais nenhum roxo (eheheh).

Bom, algum tempo depois, consegui chegar ao restaurante, me sentei e fiquei esperando minha amiga... eis que vem ela, cabelos molhados, toda de banho tomado. Fiquei me remoendo de curiosidade para saber como ela tomou banho, lembra que ela tinha 1.80?? Mas enfim, o orgulho me impediu de cometer essa indiscrição, hauahuhauhaua.O treinamento em si, foi tranquilo, mas os banhos... ai ai ai.

Depois de São Paulo, eu aproveitei para passar uns dias visitando uma outra amiga em Campinas e dai ela me explicou como funciona o danado do ôfuro, e olha que eu sempre estou procurando ler a respeito das outras culturas, mas, santa ignorância Batman!!!


Depois do treinamento eu aproveitei para passar uns dias na casa de uma amiga em Campinas e foi ela que me explicou o "protocolo" do danado do ôfuro, Santa Ignorância Batman!!! ehehe

Bom, espero que tenha valido, pelo menos dei boas risadas relembrando.
Por via das dúvidas, aqui vai um link para que explica o protocolo, em tempo, o ôfuro era parecido com esse da foto, só que era em fibra de vidro e o banheiro era mais bonitinho - mais olha ai o banquinho azul de novo!

Enfim, só me resta agora tomar um banho e ir dormir... eehehe

(Inté)

3 comentários:

Anônimo disse...

Eita, quer dizer que não é igual a tomar banho "de bacia" ou "de tanque", como quando a gente era novinho? Obrigado por compartilhar seu conhecimento, nobre padawan! E claro, me fazer rir aos borbotões, hohoho...

Luma Rosa disse...

Que situação!! (rs*) E mesmo indo lá no site aprender a tomar banho, não entendi nada, só senti nojo! Tomo mundo usa a mesma água, é? Aff! Deus permita que nunca tenha que ir para o Japão!
Obrigada, Tin por partilhar a sua história. Bem bizarra!!

Off-topic: Você me emocionou com o comentário no "luz". Um prazer blogar com você!

Beijus

Oz disse...

Já ri muito com esta estória. Antes e agora, de novo! :-)

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