Uma do tempo...

Eu era adolescente, na época eu e minha irmã do meio estudávamos na mesma escola, no período da tarde. Como a escola era no Centro da cidade, não sei bem como, ficou combinado que ao sairmos da aula, íamos até o trabalho do pai e de lá vinhamos todos juntos para casa. 

Não lembro exatamente por quanto tempo fizemos isso, mas foi por um bom tempo, terminava a aula e caminhávamos algumas boas quadras até lá...  o guarda nos deixava entrar e então ficávamos brincando em sua mesa, enquanto ele terminava o trabalho. Vez por outra, sentavamos em sua cadeira e era divertido, girar e girar, muitos papéis, muitas pastas, canetas, carimbos, ... 

O tempo passou... aquele tempo é hoje uma lembrança... 

Algumas voltas do mundo depois, minha irmã do meio tem a mesma profissão que meu pai, hoje, por uma dessas coincidências (ou não), nos encontramos todos no trabalho dela... Sem combinar ou falarmos alguma coisa, calhou do meu pai chegar primeiro e algum tempo depois eu passar por lá também...

Quando cheguei me deparei com uma cena que me fez lembrar daquela época da escola... estavam os dois sentados e conversando, mas, dessa vez... quem estava atrás da mesa era minha irmã. 

Os carimbos, os papéis e a cadeira agora são dela... 

Legal ver como o tempo, assim como tudo, "passa"! Meu pai hoje já está aposentado, minha irmã vem construindo uma carreira bacana e o banco não é mais exatamente era naqueles tempos, muitas coisas evoluíram, não dá mais para brincar nas máquinas de escrever "enormes" que existiam...

Mas é legal perceber que independentemente do tempo, ou de que lado da mesa estamos, algumas coisas simplesmente permanecem e nessa mágica, se renovam.

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E a vida segue... eu tinha escrito esse post alguns dias atrás e no meio de tudo, ele acabou ficando "no limbo", acho que ele é um bom retorno ao bloguinho! Confesso que ando meio perdido nestes dias sem saber ao certo o que postar, ou porque postar, mas... como eu diria... vamos que vamos...

Agradeço pelos comentários de todos no outro post, o Zé, o Edu, o Bratz e o Limite o fizeram pelo blogue, mas o agradecimento e estendido a todos que tiraram um tempinho para me dar um colo! Valeu mesmo...

Uma vez, saindo de um centro espírita vi um quadrinho, simples, bordado em ponto cruz em tons de azul havia uma frase que me voltou a mente esses tempos... Naquela parede bem branquinha estava escrito: "Tudo passa..."



Estou de volta! :)

Beyond the distant star

Por mais que a gente queria ser "espertão" e acredite estar preparado para as coisas, a dura realidade das coisas sempre tem o dom de nos surpreender e mostrar o quão pequenino somos...

Dizer que isso não tinha passado pela minha cabeça é mentira, mas me neguei a aceitar em um primeiro momento, depois me agarrei a tudo o que era possível, na tentativa de alguma forma reverter algo que parece inevitável, até que com o passar dos dias eu tive que começar a aceitar e a seguir em frente com a minha vida - ainda que a contragosto e olhando para trás muitas vezes. Tinha para mim que não podia desistir, por ele, por mim, pela nossa amizade... 

E foi assim que naquela noite lancei mais uma uma "carta em uma garrafa", jogada nesse mar brabo que é a vida, por alguma razão, naquele dia a lembrança dele havia surgido, em poucas linhas perguntei por onde Ele andava e também pedia que não deixasse de me enviar notícias, Ele ou "qualquer pessoa visse aquela mensagem". Diferentemente das primeiras mensagens, nestes tempos eu já não tinha lá maiores esperanças de receber uma resposta, mas promessa é promessa... Pensando bem, aquela foi a primeira vez que eu mencionava a possibilidade de que "qualquer pessoa que visse a mensagem"... até então, as mensagens anteriores eram para Ele

Mas eu estava enganado....

No outro dia, enquanto esperava o metrô, perto da hora do almoço, percebo a notificação de um novo e-mail... O remetente não era exatamente alguém desconhecido, mas era "qualquer pessoa que visse a mensagem"...

"Engraçado", na hora não senti nada... não tive medo, não tive receio, nem mesmo pressa, eu apenas toquei e esperei que a mensagem surgisse na tela... As poucas linhas que surgiram confirmavam minhas suspeitas e decretavam o fim das minhas buscas... 

Era o fim! 

O vento do vagão do metrô passando ajudou a tentar me recompor, apesar de não ter sido uma surpresa, o golpe foi duro... e eu senti a pancada seca, abafada na boca do meu estômago... tanto que me curvei... acho que nunca meu corpo tremeu tanto!

Não lembro se alguma vez cheguei em casa chorando, vindo "da escola"... mas essa era a minha vontade... A duras penas fui caminhando e tentando não ceder a tentação de sentar em algum canto... minha cabeça doeu!

Querido amigo,

Queria muito que você tivesse tido a chance de partir de uma maneira diferente... como desejei que você ainda pudesse encontrar o amor, o carinho e aceitação que tantas vezes te foi negado... 

Você era como um irmão caçula para mim... tantas vezes eu puxei tuas orelhas, quantas sai em sua defesa e não foram poucas as risadas que demos durante nossas longas conversas... Como eu queria ter te protegido, ter te amparado... mas não consegui...

Mas como te disse uma vez... eu nunca vou esquecer da nossa amizade e nem vou abandoná-lo... nem que eu tenha que ir te buscar, um dia vamos nos reencontrar!

E o abraço que não demos na despedida, vai ser o abraço do nosso reencontro! :)

Que onde quer que você esteja... que possa encontrar um pouco da paz, da tranquilidade que faltou ao teu espirito nesta caminhada, que encontre o amor que tanto quis e que não chegou a experimentar...

Se cuida R... 

E cuida desses pensamentos... 



(Recebi esse texto Dele em Novembro último, acompanhado de um Obrigado!)



Uma vez... em um momento nerd fazendo nerdice, conversávamos sobre os personagens de X-Men e falávamos com quem nos identificamos! Na hora, quase que sem pensar, eu disse que ele era como a Jean Grey... ele olhou, deu risada e falou: "Ô loco, você sabe o que acontece com ela né"?!

Era uma conversa tola, mas talvez naquele instante eu tenha tido um dos maiores momentos de lucidez da minha vida...  Jean Grey é uma das mutantes mais poderosas de uma trupe de super heróis mutantes... das várias variantes que existe da história, há uma - que deu base ao filme que a maioria das pessoas conhece, em que de tão poderosa, ela é insegura de seus poderes e tem um grande complexo de não se encaixar (ela foi mandada à uma "escola especial" pelos pais que não sabiam como lidar com ela)... Em um determinado momento, ela se transforma na Fênix... e assim causa vários problemas, agora por ser muito "consciente" de seu poder... No filme, quem assistiu deve se lembrar, ela pede ao Wolverine que a ajude terminar com aquele sofrimento... 

Na época que em que eu falei aquilo... Ele não tinha consciência do poder que possuía e inseguro de si mesmo, não se achava "digno" de muitas coisas que poderia usufruir...

Enfim...

Perdão pelo desabafo...